sábado, 26 de novembro de 2011

Aquarela

O amor
tem cor!

Verde-campina:
os olhos da menina.

Branco-neblina:
suave sina.

Vermelho –paixão:
fogo no sertão.

Azul – Royal:
infinito universal.


Ciranda de cores
Letras a girar...
Quantos amores
Para aprender a amar?


Sabor :

de inverno
sol de verão
outono interno
luar no chão.

Gosto:

de vida...
de mel e limão...
de despedida
da negra solidão!

domingo, 13 de novembro de 2011

Além de mim


Existe uma vida a ser vivida
e outra a ser pensada.
Existe uma guirlanda colorida
suspensa na imensidão do nada.
Existe um sonho no infinito
e a mansidão do rio a correr
existe no silêncio meu grito
soturna voz do alvorecer.


Além de mim
Existe um desejo do proibido
em círculos, sempre a girar
Numa terra, onde tudo é permitido
até mesmo o direito de amar.
Existe o silêncio a criar o mundo
e a certeza de não ser ninguém
um sonho na alma tão profundo
e a vontade de ir sempre além.




Além de mim existe
a esperança de ser o que não fui
o sorriso a esconder sempre triste
O amor que no tempo rui...
Existe... dos castelos a beleza
e a reverência das catedrais
um poeta a ocultar a tristeza
e o coração a querer sempre mais.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Invisível



Marginalizado
Pela vida
Pela sociedade
Por você
- Que olha e não me vê!
Estende a moeda
Mas não sabe o meu nome.
Desvia seus passos
Ignora minha fome.


Não existo:
sou ilegal
imoral
marginal!
... Alma do vento
translúcido pensamento.
Imune
à dor
ao amor
ao sabor
ao horror.

Sem passado
Sem futuro
Herói mascarado
Ponto negro...
No escuro!

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Semi


Com quantos passos se faz um caminho?
Com quantas palavras se escreve uma história?
Quantos sonhos compõem uma existência?
Quantos amores é preciso pra ser feliz?
Quantos gestos pra torná-lo um homem?
Quantas ações pra ser mais humano?


Em quantos medos você se consome
Enquanto se perde no desejo profano?

Quantas lágrimas para suster seu sorriso?
Quantos projetos abandonados em vão?
Quantos amigos deixados no caminho?
Quantos horrores da negra solidão...?
Com quantas cenas construiu seu romance?
Em quantos corpos buscou sua paz?
A vida é uma obra de arte ao alcance
E o universo é a gente quem faz!

O caminho se faz com o primeiro passo
De uma história escrita no silêncio do ser.

Para quantas perguntas não existem respostas?
Para quantas estrelas não há universo?
Para quantos olhares só o silêncio de morte
Para quantos poemas nem mesmo um verso?
Quantas orações suspensas no “entrelugar”
Entre o amor calado e o medo de falar?
Quantos enredos no tempo esquecido
Nas muralhas do eterno-proibido?


- A vida é uma ciranda de perguntas
- E viver é desconstruir as respostas.
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