domingo, 23 de outubro de 2016

Janelas

Eu gosto das janelas. Talvez, porque elas abram para o exterior. Possibilidade de ver além. Um outro olhar.
Uma curva da estrada. Um pedaço do caminho.
A esperança de alguém que vai voltar.
Janelas me levam até você. Até  aos ecos de sua voz prometendo voltar. Olho o mar.
Sinto as ondas quebrando lentamente sob meus pés que caminham. Para onde mesmo?
O quê eles buscam?
Eu não sei.
Volto a pensar nas janelas.
Ainda bem que não existem dentro de mim muitas janelas.
Penso que não gostaria de ver o que iria encontrar no meu interior. Talvez um quarto escuro, no mais completo abandono. Um baú corroído pelo tempo e pelo esquecimento. A saudade carcomida a deformar-me a alma, outrora sorridente. Por isso, gosto das janelas. Por que por meio delas  posso ver o mar...o sol se pondo nas suas  águas. E  o mais importante: saber que um dia verei você chegar.

Gilvania Souza.

domingo, 28 de agosto de 2016


Saudade do tempo que passou.
 Saudade do que há de vir.
Dias incompletos,
 poema sem versos,
a música doidejando em mim.
O tempo? Romance inacabado
sem final feliz
sem dor
ou cicatriz.


quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Meus braços


Seu abraço:
move em silêncio o deserto
arco-íris do dia que amanhece
campo de girassóis, na manhã, coberto
sorriso-luz que não envelhece!
Serena força a mover a vida
Céus e terra num mesmo laço
aquarela viva num olhar contida
texturizando o tempo e o espaço.
Ele
acorda o dia
adormecido na quietude do ser
cavaleiro andante: pura alquimia
razão sublime pra  querer viver.
É horizonte e firmamento
É o rude camponês e a semente
É a força livre do pensamento
Ser humano que sonha em ser gente!
Seu abraço - nos meus braços-
sustenta os astros na imensidão
Traço livre de mil compassos
A redesenhar a branca solidão.
Vence
a dor
o medo
o cansaço
Segura a mão frágil no caminho
Resiste ao tempo
: versos de aço
- fórmula mágica de não ser sozinho.



 
 
 

 

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