segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Clandestino




Eu não sou deste lugar. Não sou de lugar nenhum. Não encontro meu lugar à mesa, mesmo quando me é destinado um. Entre cálices dos melhores vinhos, falta-me a alegria de sorrir por sorrir. Habito nos ermos do silêncio dos esquecidos, pelos cantos da casa, mesmo quando há tanto espaço....
Criei um mundo só pra mim!Repleto de poesias, príncipes, guerreiros, sábios e princesas....porque a realidade era cruel demais..., porém todas as noites ouço sua voz me chamar, a lembrar-me de que não adianta fugir de quem sou, e do que tenho que fazer.
Para que falar de amor a quem não mais acredita nele? Sou voz solitária a apregoar no deserto, a sonhar o delírio dos loucos, a lutar contra o tempo numa guerra vã e injusta.
Poetisa da lua em vales sombrios...cansada, sozinha, rascunhando poemas nas paredes da alma...
Não me deram um lugar...
Um nome
Uma cadeira...
Não sou daqui
E nem de lugar algum
Entre o só e a solidão
Eis me aqui:
nota e canção.
Gilvânia Souza.

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