segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

O chamado




Hoje preciso voltar pra Minas
Minha "Minas" que não tem mar, mas eu não preciso do mar.
Lá tenho as serras e seu silêncio.
Também não tem montanhas... e, enquanto os geógrafos e o geólogos discutem se no Brasil há montanhas ou não...
eu me contento com as serras de Minas,
com seu verde silêncio a aquecer-me a alma
a traduzir-me em versos e canções.
Um dia, eu tive que fugir. Fugia da morte e do medo,
mas trazia a morte comigo.
Agora, isso não importa. Protegia a quem mais amava: os meus adormeciam seguros.
Ninguém foge do que é...
Ouço seu chamado a cada primavera
No inverno que chega
No cheiro do café a acordar a infância
Eu sei...ninguém me entende.
Isso também não importa.
Penso que ninguém entendia Drummond
De costas pro Rio de Janeiro...de costas pro mar...
Eu não preciso do mar, eu tenho a lagoa.
Lá, foi escrita a História
que no tempo e nos casarões de Ouro Preto
ainda ecoa.

Gilvânia Souza

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