segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

O corpo em que habito



O corpo em que habito
a quem pertence?
Por que a mim certamente não é!
Não reconheço essas mãos
macias
delicadas
e vazias!
Nem tão pouco esses pés cansados
envelhecendo sobre a terra
Prometida
esquecida
e tantas vezes: dividida!
A quem pertence essa voz já rouca
que por vezes louca
insiste em gritar...
: poesias ao vento
: poeta na calçada
- sem ninguém pra escutar?
A música e o violino
a flauta na rua
nas noites de lua
o menestrel a tocar...
A alma desnuda
por entre palavras parece ecoar...
O corpo em que habito
pertence ao infinito
se desfazendo no ar.

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