domingo, 4 de agosto de 2013

Desespero



O que pode fazer um poeta
Entre seres humanos
Senão amar?
Amar sua dor
Incompreensível
Invisível
Incolor?
Sofrer por ter escolhido
Uma curta vida e feliz
A passar a existência
em branco…
relegado
Na estante
- um livro rejeitado!
Na confraria
- Nem  mesmo aprendiz!

O que pode o poeta fazer
Diante da insensatez?
Do medo?
Do silêncio – que aprisiona-
A bela Tétis em suas águas
E a dor que à vida questiona?
Diante do segredo
Da tecelã do destino
A desfazer meus sonhos
Quando ainda menino?

Nada!
-Senão, chorar!




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